Por várias vezes em minha vida me peguei mendigando. Isso mesmo, mendigando. Não que fosse às ruas para pedir dinheiro, nada disso, mas tomei algumas atitudes que fizeram parecer, realmente, que eu estava nessa condição.
Hoje, decidi refletir sobre essa atitude e levantar os porquês dela.
Quando dizemos mendigar, logo nos veem à mente uma pessoa sem nada, que vai às ruas para pedir algo. Se ele pede é porque não tem, certo? Nem sempre!
Hoje conhecemos histórias variadas de pessoas que decidiram morar na rua por outros motivos. Mas isso não vem ao caso agora. Na verdade, quero me referir às atitudes que tomamos, em determinados momentos de nossas vidas, nas quais acabamos por “mendigar” algo, sem nem mesmo perceber. E nem precisamos ir às ruas, pois podemos fazer isso em qualquer lugar que estivermos, basta nos sentirmos desprovidos, sem algo ou ausente em algum aspecto de nossas vidas.
Se nos falta carinho, iremos buscá-lo em outras pessoas. Se nos falta atenção, faremos de tudo para chamar. Se nos falta força interior, buscaremos pessoas que tenham alguma posição ou cargo e nos juntamos a elas. Aliás, vi e vivi isso em minha própria pele. E outros exemplos são bem claros: falta de incentivo, de confiança e entre tantos outros aspectos.
Mas percebo que há um aspecto muito importante para todos nós e que realmente nos deixa em uma posição bastante difícil de ser vivida em nossas vidas: falta de amor.
Não há condição mais delicada do que essa. Nos sentirmos mal-amados nos põe em uma condição inferior, onde impera o sentimento de insuficiência e acabamos buscando ou mendigando esse sentimento fora de nós.
A pergunta que faço para você é:
- Quando e por que isso foi gerado?
- Por quem foi criado?
Muito do estresse que passamos em nosso dia a dia se desencadeia justamente por não conseguirmos lidar ou resolver certos aspectos de nossas vidas. Com toda certeza, há uma raiz profunda que aloja tal questão e, juntamente com ela, um bloqueio que gerou emoções ou estados psíquicos que nos atormentam diariamente.
Tenho observado que muitas de nossas questões atuais estão ligadas a traumas de infância ou até mesmo do período em que fomos gerados. O repasse do que nossos pais ou progenitores viveram como experiências, principalmente as traumáticas, repercutem-se em nossas vidas de forma intensa e avassaladora. Mesmo que não tenhamos consciência do fato e nem nos lembremos do que o gerou, ainda assim, os bloqueios existem. E para quem já é da área terapêutica essa é uma questão de muita importância.
Vejamos alguns casos que demonstram a prática comum de mendicagem em nossas vidas:
- Vivo cobrando das pessoas que me amem;
- Vivo reclamando que o outro não me ama;
- Uno-me a pessoas que só me fazem sofrer;
- Faço-me de vítima da situação.
Muitas das atitudes negativas também podem estar ligadas a relacionamentos afetivos, problemas familiares, questões profissionais, questões financeiras, entre outras. Mas tenha a certeza de que enquanto não nos libertarmos da causa real que provoca tais reações e emoções, estaremos realimentando os ciclos negativos que nos infernizam dia a dia.
Portanto, buscar pelo aspecto que está ausente em sua vida pode ser o primeiro passo para a solução de muitos outros problemas atrelados a ele. Em consequência, teremos não só a libertação de tudo que nos prende e nos agoniza, mas também estaremos oferecendo a nós mesmos(as) a possibilidade de vivermos uma vida mais saudável, feliz, abundante e próspera.
Pense nisso! Que tal o primeiro passo?